quinta-feira, 4 de julho de 2013

Batchinha, construtor de tambores tradicionais

Chama-se Sebastião João Monteiro mas é conhecido por “Batchinha”, o homem de 56 anos de idade que confecciona um dos elementos mais importantes das festas de romaria na ilha de Santo Antão, o tambor.
Hoje em dia poucos são aqueles que conhecem esta arte e, por isso, (quase) toda a gente recorre aos tambores do Batchinha para tocar nas festas de Santo António (Paul), São João Baptista (Porto Novo) e São Pedro Apóstolo (Chã de Igreja).
Os tambores são o meu ganha-pão desde 1994 (19 anos)” afirma Batchinha adiantando que “é um bom negócio porque a procura é boa e é preciso ter tambores em ‘stock’ para poder satisfazer a demanda”, explicou o homem dos tambores.
“Esta tradição estava morta mas eu consegui recuperá-la” diz orgulhoso o mestre Batchinha manifestando-se “satisfeito por ver tantos tambores na festa de São Pedro”, muitos dos quais feitos por ele.
Tudo começou com alguns arranjos pontuais, “pessoas que pediam ajuda para consertar alguma peça do tambor” eventualmente danificada, e quando recebeu uma encomenda de tambores para o estrangeiro entendeu que, afinal, podia estar aí uma fonte de rendimento.
Batchinha fala de Lela Miranda que foi seu parceiro dos primeiros tempos mas hoje trabalha sozinho e tem demanda suficiente para se dedicar exclusivamente a uma arte que vai aprimorando a cada dia.
“Continuo a aprender”, admite o mestre Batchinha com humildade mas exibindo uma peça de rara beleza.

O preço varia entre os cinco mil e os 20 mil escudos cada tambor, dependendo do tamanho e do acabamento.

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